Social Icons

Pages

Featured Posts

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Mobilidade Urbana e Criminalização dos Movimentos Sociais.


Nós do Serviço Social na Rua, optamos por discutir dois assuntos que estão em pauta no momento e, que possuem relevância para nossa futura profissão: A mobilidade Urbana e a Criminalização dos movimentos sociais, em especial, daqueles que luta por tal mobilidade. Em junho de 2013, o nosso país foi agitado por manifestações que no início foram encabeçadas pelo o Movimento Passe Livre de São Paulo e que acabou por agregar outros movimentos sociais, estudantes e trabalhadores. Contudo, tais protestos acabaram por agregar pessoas que individualmente queriam expor as mais varias pautas, como redução da taxa de impostos, criticarem o governo de forma geral, contra os gastos feitos com a Copa do Mundo no Brasil, redução da maioridade penal entre outros.
Desse modo, envolto num caldeirão de ideologia diversa e posições antagônicas, a violência social e a criminalização no início se deu a todos os presentes nas manifestações, porém de forma mais acirrada nos manifestantes que partiram para a destruição dos símbolos de poder do capital, tais sujeitos ficaram conhecidos como black blocs e se tornaram um dos alvos principais de repressão policial. Todavia, antes de adentramos em uma discussão mais profunda, é importante definir mesmo que sucintamente o que seria mobilidade urbana, movimentos sociais e sua criminalização.
Em correlação à criminalização dos movimentos sociais, é necessário explanar a influência da mídia, que é utilizado pela sociedade burguesa para naturalizar a criminalização, tais como a cooptação e a violência policial. Entretanto, os ideais de justiça e liberdade surgiram na Grécia, concomitante ao ideal democrático conservados por pensadores filósofos. No Brasil, a liberdade de expressão foi vetada devido ao Estado Novo a mesma foi erradicada. Com o processo de redemocratização, a Constituição Federal de 1946 foi responsável pelo novo ordenamento da manifestação do pensamento.
Cabe destacar que o processo de criminalização dos movimentos sociais combina-se com outras estratégias adotadas pelas classes dominantes como, por exemplo, a cooptação e a violência, com vistas a bloquear as lutas sociais por direitos.
 Prova de que a violência não foi abandonada como método recorrente também no agronegócio para combater movimentos sociais rurais pode ser verificado nos dados coletados pela CPT ano a ano e, também, em 2009, ao registrar no campo brasileiro a ocorrência de 25 assassinatos, 205 agressões e 71 casos de tortura de trabalhadores rurais. Violência, que tem na impunidade seletiva, especialmente dos crimes de mando, um dos seus mecanismos de retro-alimentação.
A Constituição Federal Brasileira delibera e seu artigo 5º, sobre o direito a manifestação:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Lei 4.898/65 - Abuso de autoridade: é crime de abuso de autoridade o atentado à liberdade de locomoção (artigo 3º, "a"); ao direito de reunião (artigo 3º, "h"); à incolumidade física do indivíduo (artigo 3º). 
Deste modo, a liberdade de manifestação é um dos meios de que os cidadãos dispõem para, nomeadamente, afirmarem as suas crenças e reivindicarem os seus direitos, através da prática da democracia direta.
No entanto, sublinho que tenho vindo a definir o direito de manifestação no verdadeiro e legítimo sentido, e não de manifestações em que se produzem graves acidentes, nomeadamente partir vidros, utilização de explosivos ou outras formas de violência, tais como agressões a polícias, arremesso de pedras e outras coisas idênticas, sendo assim consideradas formas delituais, e consequentemente poderão ter complicações com as autoridades e tribunais.
A liberdade de manifestação consiste na possibilidade de os cidadãos se agruparem na via publica, para expressarem uma mensagem, opinião publica sentimento ou protesto através da sua presença e/ou da sua voz, abrangendo gestos, emblemas, insígnias, bandeiras, cantos, gritos, aclamações, entre outras formas, sem exclusão do silêncio.

MAS AFINAL , O QUE É MOBILIDADE URBANA? 

A mobilidade urbana é o resultado da interação dos deslocamentos de pessoas e bens entre si e com a própria cidade. Isso significa que o conceito de mobilidade urbana vai além do deslocamento de veículos ou do conjunto de serviços implantados para estes deslocamentos. Pensar a mobilidade urbana é mais que tratar apenas transporte e trânsito.
Pensar a respeito da mobilidade urbana significa pensar os deslocamentos a partir das necessidades das pessoas e seu acesso às facilidades, serviços e oportunidades que a cidade oferece. Isso envolve relacionar, sempre, os sistemas de transportes às funções da cidade, como por exemplo, a localização de equipamentos urbanos – escolas, hospitais, locais de emprego, moradia e lazer, etc. –, e as interações dos transportes com as políticas de meio-ambiente e segurança.
Em função da idade, estado de saúde, estatura e outras condicionantes, várias pessoas têm necessidades especiais em relação a receber informações, chegar até os terminais e pontos de parada, entrar nos veículos e realizar seu deslocamento através dos meios coletivos de transporte ou, simplesmente, se deslocar no espaço público. 

As cidades apresentam-se com inúmeras barreiras: econômicas, políticas, sociais e arquitetônicas. A existência de barreiras físicas de acessibilidade ao espaço urbano acaba por dificultar ou impedir o deslocamento de pessoas com deficiências e outras que possuem dificuldades de locomoção. A acessibilidade deve ser vista como parte de uma política de inclusão social que promova a equiparação de oportunidades e o exercício da cidadania das pessoas com deficiência e não deve se resumir à possibilidade de entrar em um determinado local.



Os seguintes tipo de modais foram contabilizados: não motorizados, coletivos e individuais motorizados. Crédito: Mobilize Brasil / Fontes: Estudo Mobilize 2011, Pesquisa Origem-Destino (Metrô e STM)


Claramente podemos constatar o papel importantíssimo do transporte coletivo no cotidiano das cidades abordadas no gráfico, e porque não dizer, da maioria dos munícipios do nosso país. Entretanto, o transporte coletivo mostra-se de forma ainda mais acirrada, após o advento do neoliberalismo como um grande nicho de mercado e tal postura irá impactar tantos os trabalhadores que prestam esse serviço (Motoristas, cobradores etc.), quanto os usuários, pois podemos ver uma direção em pró da maximização dos lucros em detrimento de um serviço prestado com qualidade e compatível com a situação socioeconômica da população brasileira. Pois não adianta o Estado ofertar serviços sejam eles quais forem, sem que a população possa se locomover para acessa-los e para ocupar a cidade de um modo geral, pois parte dela é mantida com o dinheiro do imposto de todos, cabe frisar com os impostos das populações em situação de vulnerabilidade também.
Porém, o Estado Brasileiro caminha numa direção contrária estimulando a compra de transportes individuais através da redução de impostos, isso acaba inchando ainda mais as ruas e tirando o foco do transporte coletivo, o mesmo se encontra nas mãos de monopólios que conseguem pressionar o Estado para sempre que possível aumentar o preço da passagem e com isso seus lucros.




 Fonte: <http://www.mobilize.org.br/estatisticas/8/custos-individuais-e-sociais-da-mobilidade-2008.html>



Resumidamente, o acesso a mobilidade urbana principalmente nas grandes cidades se dá de forma contributiva no qual se paga a passagem de metrô, ônibus, vans etc. Ou através de aquisição de seu próprio meio de transporte bicicleta, moto, carro, de modo que, as condições materiais muitas vezes determinaram as condições objetivas de acesso ou não aos serviços públicos (hospital, escola, habitação) e a própria cidade (museus, shoppings, shows de música, teatro), discutir mobilidade urbana também é debater sobre a segregação da população das cidades e como sociabilidade burguesa tenta lucrar em todos as esferas possíveis, isto é, o transporte aparece como mais um nicho de mercado. Porém, a opressão não se dá sem nenhuma contra posição, isto é, os sindicatos dos trabalhadores do transporte coletivo, o movimento passe livre entre outros pressionam pelo debate para que e para quem deve servir o transporte no Brasil e de como enfrentar de forma organizada os interesses das classes dominantes, todavia, muitos desses movimentos são criminalizados porque afetam diretamente os lucros principalmente com greves, de modo que, o estado burguês busca através da legislação brechas para coibir e deslegitimar tais ações e com o apoio da mídia mostrar os casos mais vulneráveis dos sujeitos que são impactados pela greve, por exemplo, um velhinha que teve de 86 anos que teve andar muito a pé para chegar na sua humilde residência, porém em nenhum momento discute as condições de trabalho dos profissionais do transporte coletivo, desse modo, fica nítida a intenção ideológica dessa ou daquela pauta jornalística.
 LUTAS E POLÍTICAS PÚBLICAS POR MOBILIDADE URBANA


As lutas por mobilidade urbana são constantes, pois atualmente as grandes metrópoles são marcadas por profundas desigualdades sócio espaciais, que concentram grande parte da riqueza nas mãos de poucos, enquanto uma parcela da população vive em favelas, cortiços, utilizando meio de  transporte público precário e de custo elevado.

Diante desta desigualdade grandes manifestações vêm ocorrendo em torno da questão da mobilidade urbana. Atualmente um dos exemplos destas lutas e reivindicações, foram às manifestações ocorridas em Junho onde grande parte da população que se encontravam apáticas quanto aos problemas do país, despertaram e foram para as ruas reivindicar e protestar por seus direitos.
Quanto às políticas públicas de Mobilidade urbana, destaca-se a  Lei Nº 12.587, de 03 de Janeiro de 2012, que instituiu as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, esta lei define a mobilidade urbana como instrumento de política do desenvolvimento urbano; organiza um sistema nacional de mobilidade urbana; define diretrizes para organização, planejamento e gestão dos sistemas de transporte público coletivo, destacando-se as relacionadas à política tarifária; detalha as atribuições da União, dos estados e dos municípios, relativas à mobilidade urbana.
Esta política traz no seu artigo 5º os princípios em que está fundamentada, sendo:  acessibilidade universal;  desenvolvimento sustentável das cidades, nas dimensões socioeconômicas e ambientais; equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público coletivo;  eficiência, eficácia e efetividade na prestação dos serviços de transporte urbano;  gestão democrática e controle social do planejamento e avaliação da Política Nacional de Mobilidade Urbana;  segurança nos deslocamentos das pessoas;  justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do uso dos diferentes modos e serviços;  equidade no uso do espaço público de circulação, vias e logradouros;  eficiência, eficácia e efetividade na circulação urbana. (BRASIL, 2012).





domingo, 6 de abril de 2014

RESENHA - O SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE : TRABALHO E FORMAÇÃO (MARILDA V. IAMAMOTO, 2013 - 24 ed.)

      No item 2 deste Livro, a autora Marilda Iamamoto trabalha a sua reflexão sobre 3 pressupostos para a análise da profissão nos dias atuais.

      O primeiro pressuposto da autora para garantir a ''sintonia do Serviço Social com os tempos atuais'' é romper com a visão endógena e focalista, que faz com que olhemos a profissão por ela mesma, desconsiderando os processos históricos.
O assistente social tem sido um dos profissionais, historicamente, que implementam politicas sociais, segundo a autora. Porém ela alerta para sermos um profissional propositivo e não somente executivo, ou seja, ir além do fazer técnico, e procurar possibilidades que estão dadas na realidade. Logo, cabe ao profissional apropriar-se dessas possibilidades e desenvolvê-las transformando-as em projetos e frentes de trabalho.
Essa compreensão é importante, pois, como afirma Marilda, evita-se cair numa visão fatalista da profissão, como se a realidade já estivesse dada em sua forma definitiva, pois "essa visão leva à acomodação, à rotinização do trabalho , ao burocratismo e à mediocridade profissional" (pag.22)
Porém, como ressalta a autora, deve-se evitar também uma visão messiânica da profissão, onde se tem o serviço social como algum tipo de salvador e herói que trará por si só as mudanças necessárias. Aqui também se desconsidera o processo histórico da profissão.

      O segundo pressuposto da autora é entender a profissão hoje como um tipo de trabalho na sociedade. Segundo ela,  a profissão passa a constituir-se como parte do trabalho social produzido pelo conjunto da sociedade, participando da criação e prestação de serviços que atendem às necessidades sociais.  Assim o seu trabalho se inscreve no campo da defesa e realização de direitos sociais da cidadania, na gestão da coisa pública.

      O terceiro e último pressuposto da autora é que tratar o Serviço Social como trabalho  ''supõe privilegiar a produção e a reprodução da vida social, como determinantes na constituição da materialidade e da subjetividade das classes que vivem do trabalho''.
Aqui a autora traz a reflexão de que a partir do momento que os homens trabalham para suprir as bases da sobrevivência, nascem as relações sociais, mas essas relações não se reduzem a dimensão econômica, mas também ao campo das ideias, da subjetividade, das ideologias, da consciência. Para Marilda, o Serviço Social está inscrito no âmbito da reprodução e produção da vida social e por isso, se relaciona com as várias dimensões da vida social.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Resenha: Tecnologias da Informação e Serviço Social (Renato Veloso, 2010)


Desde o início do texto o autor explana sobre a necessidade e as controvérsias da tecnologia da informação (TI), tanto nas relações sociais pois essas reproduzem as contradições do modo de produção capitalista, de modo que, nós futuros profissionais do Serviço Social provavelmente iremos lidar com essa novo instrumento de trabalho. 
Segundo Veloso, a tecnologia deve ser pensada tanto como mediação quanto integrante de um conjunto de instrumentos teóricos-metodológicos, ético-políticos e técnico-instrumentais, ou seja, alcançando finalidades projetadas pela categoria profissional. Assim, concordamos com autor que a TI  pode possuir finalidades positivas e negativas dependendo da intencionalidade de quem as manuseia, ou seja, caberá aos assistentes sociais utilizarem todo esse aparato para os interesses da classe trabalhadora e para fortalecimento dos princípios do código de ética como a luta intransigente pelos direitos humanos, combate a todo forma de preconceito, aprofundamento da democracia na sua forma mais radical entre outros. Pois, ao nos distanciarmos desses horizontes teóricos e ético a tecnologia torna-se um fim em si mesmo.
Já no segundo momento o autor discute a relação intrínseca da TI com o desenvolvimento do capitalismo e seus objetivos de maximização do lucro e diminuição do trabalho humano em detrimento ao trabalho realizados por máquinas  favorecendo o taylorismo e a alienação dos trabalhadores.
Ao lermos o artigos percebemos que autor acaba não abordando a questão cultural e da construção social que uma determinada população ou de um país faz em confiar  fielmente ou não na TI, por exemplo, a questão da Urna Eletrônica sendo passível a manipulação, porém acabamos aceitando pelo discurso de agilidade e imparcialidade, porém Veloso (2010), irá buscam em Lojkine(2012), que traz o caráter político da tecnologia e sua contradição, pois de um lado temos uma postura elitista e tecnocrática no qual reserva as informações estratégicas ao pequeno grupo (Classe Burguesa), e do outro temos uma concepção autogestionária que visualiza a democratização e a modernidade para um maior quantidade de pessoas e não se restringindo ao um modelo arcaico, isto é, a necessidade das TI e das informações são indispensáveis para toda população não deixando de ser um direito humano.
Desse modo, ao lermos o artigo podemos constatar que não devemos virar nos costas para ela , mas apreende-la dentro de um ethos mais democrático e politizado com interesses da classe trabalhadora (Tavares, Seligman 1984).

O autor procura demonstrar a importância que as TI, podem ter para o serviço social,  mais especificamente como um dos fatores  que possibilitam fortalecer e consolidar o projeto ético político. O ponto de partida do autor e o fato de que a TI pode potencializar o processo de trabalho do Assistente Social.
O entendimento de serviço social entendido no texto é apresentado pela autora Marilda Iamamoto, para quem a pratica profissional, deve ser tomada como trabalho e, o exercício profissional, inscritos em processos de trabalho. E, portanto nessa perspectiva que será pensada a potencialidade das  TI, para o serviço social, situando –as inicialmente , como um dos instrumentos disponibilizado aos assistentes sociais para realização de seu trabalho e para alcance de suas finalidades, e que nos remete a pensar sobre a sua instrumentalidade para a profissão.
O autor faz uma breve caracterização do que são as TI, dizendo que a mesma é pensada como integrante de um corpo de instrumentos criados para a satisfação de necessidades humanas, são geradas e aperfeiçoadas no interior da sociedade capitalista. Após problematizar a instrumentalidade do trabalho do serviço social, cita o autor Guerra, onde o mesmo aponta a existência de três níveis de abordagens em que mostra a prevalência da razão instrumental. Nível 1 No que diz respeito a sua funcionalidade ao projeto reformista da burguesia( reformar conservando)  Nível 2 No que se refere a sua peculiaridade operatória, ao aspecto instrumental operativo das respostas profissionais, frente as demandas das classes, donde advêm a legitimidade das profissões , Nível 3  [...] como uma mediação que permite a passagem das analises macroscópicas , genéricas e de caráter universalista as singularidades da intervenção profissional, em contextos conjunturas  é espaços historicamente determinados. Aqui a instrumentalidade como categoria constitutiva do Serviço social, permite pensar nos indicativos teórico-pratico de intervenção imediata. Em outros termos permite acionar e potencializar os diversos elementos que compõem a cultura profissional. 
Assim, tratar a instrumentalidade do serviço social significa pensar as “propriedades e as capacidades sócio históricas que a  profissão vem adquirindo no confronto entre as condições objetivas e as posições teleológicas de seus agentes profissionais e dos agentes sociais que demandam o exercício profissional”.
A intervenção aqui é pensar as TI como mediação, como integrante de um conjunto de instrumentos teórico metodológicos, ético políticos e técnico instrumentais socialmente que possibilitem a profissão alcançar as finalidades presentes em seu projeto profissional.
Em um terceiro momento o autor discorre brevemente sobre o conceito de TI, e afirma que este se remete ao conjunto de dispositivos, serviços e conhecimentos relacionados a uma determinada infraestrutura, da qual fazem parte computadores, softwares, sistemas de redes que teriam a capacidade de processar e distribuir informações para as organizações e os sujeitos sociais.
O autor também reflete sobre as possibilidades de se usar a TI para negar o próprio capitalismo, mesmo sendo usado hegemonicamente para satisfazer os interesses do capital. Para ele, o fato da TI ser usada pelo capital para potencializar a produtividade e o lucro, não significa que não possam ser engendradas possibilidades históricas de apropriação desse recurso numa perspectiva alternativa, voltada para defesa dos direitos sociais e o fortalecimento de projetos sintonizados com a superação dos valores capitalistas.
Então, o autor faz  a conexão desse assunto com a prática profissional, que segundo ele, a apropriação desse recurso pode permitir a otimização de competências e habilidades na atuação junto às expressões da questão social nas diferentes políticas sociais, mas ele alerta, que para isso, o  profissional deve se policiar para não cair em uma prática tecnicista e meramente tarefeira, sem a tomada de reflexão e crítica.
No quinto momento o autor discorre sobre o potencial das tecnologias da informação para o projeto ético-político e profissional no Serviço Social. O autor inicia abordando a construção do projeto ético político do Serviço Social datado na transição da década de 1970 á 1980, momento em que a categoria profissional passa a recusar e criticar o conservadorismo profissional. O autor cita Iamamoto(1998), a qual aborda o processo de interlocução  do Serviço Social com a tradição marxista sendo que a tradição marxista oferece importantes contribuições para o Serviço Social. O autor também cita Netto(1999), o qual considera que o projeto ético-político do Serviço Social consiste numa forma determinada de pensar e exercer a profissão e para pensá-lo faz se necessário atentar para os chamados projetos societários, os quais segundo Netto “apresentam uma imagem de sociedade a ser construída”. Trata-se de projetos coletivos, voltados para o conjunto da sociedade e articulado á um projeto de classe.
O autor apresenta as principais características do projeto ético político do serviço social, o qual tem em seu núcleo o reconhecimento da liberdade como valor central, remetendo a um compromisso com a autonomia, com a emancipação e com a plena expansão dos indivíduos sociais. Veloso apresenta que é nítida a vinculação desse projeto a um projeto societário atento ás desigualdades de classe,que se propõe à construção de uma nova ordem social, à defesa intransigente dos direitos humanos e à recusa do arbítrio e do preconceito. O autor coloca que é claro que esse projeto profissional possui uma dimensão política concretizada na  perspectiva da universalização do acesso aos bens e serviços e na ampliação e consolidação da cidadania.
No que tange ao potencial das tecnologias de informação para o projeto ético-político, o autor apresenta que ao se apropriar destas tecnologias o Serviço Social poderá transmitir ao uso delas uma direção social de acordo com os princípios e valores fundamentais do projeto profissional. Deste modo as TI podem ser apropriadas pelo assistente social para propor, planejar, avaliar, planejar ações, serviços e programas. No entanto é de suma importância utilizar as TI articuladas à dimensão teórica, política, ética e técnica, para que não caia no tecnicismo. Mas devemos utilizá-las  com todo cuidado para que não contraponha os princípios do projeto profissional, nem se torne um instrumento mais importante do que outros disponíveis para a atuação profissional. Pois as TI podem ser um instrumento que pode servir tanto ao capital quanto a classe trabalhadora, pode ser utilizada tanto para excluir a população quanto para incluir. Portanto é de extrema importância a visão critica do profissional quanto as TI.


O autor cita Iamamoto quando ela diz que a questão social “é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a elas resistem e se opõem” pois tem a intenção de evidenciar de destacar situar as tensões em que atuam os assistentes sociais, que segundo Iamamoto é na tensão entre produção  da desigualdade e produção de rebeldia e resistência.
Outro ponto que o autor levanta também é o dos desafios postos aos assistentes sociais de decifrar as múltiplas expressões da questão social e suas características e mediações na contemporaneidade. Também se faz necessário segundo o texto considerar as categorias na análise da realidade
Também destaca-se a posição de Faleiros, no que tange a critica das políticas universalistas, pis segundo ele tais políticas são geradoras de dependência, pois aborda o desengajamento do Estado através da transferência de suas responsabilidades para os indivíduos e as famílias, e que utiliza o Serviço Social como estratégia para alcançar a população.
Outra posição de Faleiros sobre as TI’s é de que a informática pode ser utilizada pelos profissionais como instrumento em suas tarefas e que assim pode gerar um fortalecimento da categoria, tendo em vista as divulgações dos conhecimentos produzidos pela profissão e também coloca a tecnologia como um instrumento de modernização como organização de redes comunitárias e de grupos e fortalecimento do poder da população.

No entanto, Veloso cita essa abordagem de Faleiros como superficial, pois segundo ele, não menciona as condições concretas da utilização das TI’s, pois nem sempre o profissional possui condições necessárias e adequadas para utilização dos recursos tecnológicos. Portanto sugere que os assistentes sociais antes de utilizarem a tecnologia em favor do fortalecimento dos usuários devem eles próprios se fortalecerem para terem condições de utilizar esses recursos em suas atuações cotidianas.



domingo, 9 de março de 2014

Resenha: Assistente Social e tecnologias da informação


                              


O presente trabalho tem por objetivo fomentar uma discussão a partir de um novo aspecto do processo de trabalho do assistente social, ou seja, as tecnologias da informação (TI). Desse modo, o artigo é um convite a pensarmos sobre como a utilização das tecnologias influenciam a prática profissional e principalmente sobre o banco de dados e como ao utilizarmos esses recursos corremos o risco de nos aproximarmos de uma prática alienante.
Assim, podemos notar que o autor se apóia na teoria de Marx, isto é, apreende a realidade a partir das relações sociais dentro de um contexto econômico e histórico que fundam novas necessidades e intervenções na nossa sociedade, de modo que, o Serviço Social não se encontra alheio a essa realidade.
No artigo podemos apreender que as tecnologias são produtos construídos através das relações sociais e que o modo de produzir é que estruturam a sociedade (Leis, Cultura, Religião), dessa maneira podemos afirmar que o aporte teórico do autor mostra sua opção pela teoria do materialismo histórico.
Segundo o autor, as compreensões das formas de se fazer às coisas indicam que resultado de um determinado nível de desenvolvimento das forças produtivas, isto é, não é possível a utilização do computador sem o desenvolvimento da energia elétrica.
Podemos apreender um segundo movimento no texto, ou seja, o autor apresenta a definição de Castells sobre as tecnologias da informação (Antunes apud Castells), as tecnologias de informação são um conjunto convergente de tecnologias em microeletrônica, computação- hardware e software entre outras, de modo que, a utilização dessas tecnologias alteram as relações entre as pessoas, trabalho e o modo de produção capitalista favorecendo a sua lógica de acumulação.
É interessante a discussão levantada no artigo ao lermos sobre a visão de Castell sobre um possível determinismo tecnológico no qual ele irá trazer por si só um desenvolvimento social e econômico, de modo que, a tecnologia da informação não escapa de um aspecto indissociável do capitalismo, isto é, a ideologia.
No segundo momento, quando o autor aborda as Novas Tecnologias e o Serviço Social, o mesmo deixa claro a mecanização que a tecnologia traz para a nossa profissão, pois esse é o 'efeito colateral' das tecnologias, fazermos apenas operacionalizar as máquinas. Também é abordado a necessidade em que o sistema capitalista almeja por mais tecnologia, pois assim, devido ao taylorismo, as 'necessidades' são atendidas em menos tempo e 'mais necessidades' são atendidas.
Ao refletir perante ao tema, podemos perceber quanto o sistema capitalista é perverso e muitas vezes a tecnologia não vem para facilitar o cotidiano, a não ser da classe dominante, e quando o autor Antunes (apud Kern) cita que geralmente os profissionais do Serviço Social atendem a demanda da política de Assistência Social, que são considerados 'excluídos' na era digitalizada em que vivemos. Ao entrarem dentro dos critérios dos programas socioassistenciais, por exemplo, Programa Bolsa Família, os usuários recebem um cartão magnético para efetuar os saques, tendo que enfrentar a tecnologia e burocracias dos bancos para conseguir sacar o benefício, excluindo ainda mais aqueles que já fazem parte de um público considerado excluído.
A partir disso, o autor explana que é necessário a extrema cautela com o uso das tecnologias em nosso cotidiano profissional, pois a mesma pode trazer alienação em nossa atuação. Por exemplo, na política de assistência no município de Londrina é utilizado o sistema informatizado IRSAS, que ao realizar avaliação de vulnerabilidade do usuário ao encaminhá-lo para receber o Programa de Transferência de Renda (PMTR), o próprio sistema lança o valor a ser pago de acordo com as vulnerabilidades apresentadas pelo Assistente Social, o que nos deixa com uma responsabilidade imensa, pois muitas famílias perdem benefícios de acordo com esse método de avaliação.
Sendo assim, é necessário que tenhamos consciência da perversidade que a tecnologia pode nos trazer concomitante à agilidade. Entretanto, nossa atuação profissional é direcionada pelos contextos históricos dos usuários, e não o que um sistema criado pela classe dominante.

Resenha do Filme HER (ELA)

Boa Tarde!

Assistimos ao filme Her (ELA) na Universidade Estadual de Londrina para abordarmos o tema da tecnologia contemporânea. O filme consegue unir três gêneros, romance, drama e ficção científica. Sim, isso é possível. O trailer está logo abaixo para quem quiser se surpreender.



SINOPSE:  Theodore (Joaquin Phoenix) é um escritor solitário, que acaba de comprar um novo sistema operacional para seu computador. Para a sua surpresa, ele acaba se apaixonando pela voz deste programa informático, dando início a uma relação amorosa entre ambos. Esta história de amor incomum explora a relação entre o homem contemporâneo e a tecnologia.
VIA: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-206799/

Ao assistir o filme através do contato que estamos tendo com as teorias apresentadas em aula, podemos perceber o quanto estamos rodeados de tecnologia e que pode ser que não demore muito para a mesma suprir nossas necessidades afetivas, na verdade isso já até acontece, nós que não percebemos, devido ao cotidiano corrido e complexo de nossas vidas.
O filme aborda aspectos de como a tecnologia é presente no cotidiano dos seres humanos, tanto na forma nos nossos ambientes de trabalho, sistematizações, controle. Porém, hoje em dia a tecnologia também é vista como uma forma de aproximar de quem se está longe.
Ao refletir sobre os aspectos da tecnologia, podemos perceber que a mesma facilita muito o nosso dia-dia, principalmente no nosso trabalho, que podemos substituir os inúmeros papeis por inúmeras pastas nos nossos arquivos. Entretanto, a tecnologia nos deixa mecanizados e robóticos, pois são formas de distanciarmos das pessoas em nossa volta em prol da rapidez e conforto que a tecnologia nos traz.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Apresentação do Blog

Bom dia! Somos estudantes do 4°ano matutino de Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina (UEL).  Nosso objetivo através desse blog é apresentar informações e dados que iremos levantar ao longo desse semestre. Assim, iremos pesquisar sobre áreas de Direito Humanos, Prática Profissional do Assistente Social, Projeto Ético Político que permeia a profissão, Criminalização dos Movimentos Sociais e das Drogas. E qual o motivo para criarmos esse blog? Entendemos que esses temas estão indissociáveis do exercício profissional, por isso a busca por reflexões. 

Nossa intenção é desenvolver a disciplina de oficina IV e levantar dados das respectivas linhas de pesquisas.